Bióloga da Fundação Alfredo da Matta (Fuam), Fabíola da Costa Rodrigues está desenvolvendo um estudo com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), para elaborar um painel com marcadores genéticos que auxiliem a identificação precoce da pré-disposição dos pacientes à hanseníase.
O projeto de pesquisa é desenvolvido no âmbito do Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR/AM) da Fapeam. Segundo a pesquisadora, o painel irá ajudar na identificação de polimorfismos (controle genético de cada indivíduo) em diferentes genes estudados e, assim, analisar a tendência ao desenvolvimento da doença.
Poderemos, ainda, verificar como está o quadro clínico da doença para aqueles pacientes que já estão infectados. Isso ajudará muito no tratamento" |
"Futuramente, esperamos conseguir colocar esse painel de exame genético na rotina do atendimento, assim, o sangue recolhido do paciente ou de pessoas saudáveis que vierem fazer os exames poderá passar pelo painel para verificar a chance daquela pessoa ter hanseníase. Poderemos, ainda, verificar como está o quadro clínico da doença para aqueles pacientes que já estão infectados. Isso ajudará muito no tratamento", disse Rodrigues.
As análises estão sendo realizadas em pacientes da Fuam e em pessoas saudáveis. De acordo com a pesquisadora, o objetivo do estudo, além de diagnosticar precocemente a doença, é entender o porquê de certos indivíduos apresentarem quadros mais graves do que outros.
O estudo é desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, e contou com dois Pesquisadores Visitantes Sêniores (PVS) com aporte financeiro da Fapeam para pesquisas em conjunto com a Fuam.
"Além da Fiocruz do Rio de Janeiro, faço questão de falar do grande incentivo que recebemos da Fapeam, não somente nesse projeto, mas em outros paralelos que fazemos no laboratório. Acredito que 90% dos recursos que recebemos vêm da Fapeam e isso é muito importante para desenvolvermos nossas pesquisas", afirmou a pesquisadora.
Atendimento - Fabíola Rodrigues informou que um banco com 1.030 controles de indivíduos saudáveis foi criado para o estudo e as análises continuam sendo realizadas em pacientes com a doença. De acordo com a pesquisadora, cerca de 400 pessoas estão recebendo o atendimento da hanseníase na Fundação Alfredo da Matta e participam do projeto de pesquisa. Ela ressalta a importância da busca pelo tratamento.
"A hanseníase é uma doença que tem uma manifestação lenta, então, às vezes, aparece uma manchinha na pele e a pessoa não dá importância. Porém, essa mancha vai aumentando e vai aparecendo em outras regiões do corpo e quando menos se espera a doença já está em um estado avançado em que o tratamento é mais complexo", disse a pesquisadora.
Fotos: Lana Santos / Agência Fapeam
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