De volta ao Amazonas após participar das reuniões da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 21), o governador José Melo revelou otimismo nesta terça-feira, 15 de dezembro, com os benefícios que devem ser gerados ao Estado com o novo acordo firmado entre os 195 países estrangeiros durante a cúpula do clima em Paris, na França, encerrada no último final de semana. Além das metas para mitigar o aquecimento global, os países ricos se comprometeram em criar um fundo global da ordem de US$ 100 bilhões anuais para financiamento de ações para reduzir a emissão de gases e proteger do meio ambiente.
Estado mais preservado do Brasil, o Amazonas mantém algo em torno de 97% da sua cobertura florestal, ocupando posição de grande visibilidade no cenário internacional por contribuir com o sequestro de carbono. Para o governador, o fundo global do clima deve abrir novas alternativas à política de proteção ambiental do Estado, gerando recursos para melhorar a fiscalização ambiental e desenvolver uma nova matriz econômica que gere emprego e renda à população.
“Queria ressaltar que, pela primeira vez, 195 países participaram e tiraram algo importante: um fundo de 100 bilhões de dólares para mitigar a questão do meio ambiente que vai beneficiar aqueles países que precisam recompor e países que ainda têm floresta em pé. Recursos para fiscalizar melhor, fazer zoneamento econômico e ecológico e nova matriz econômica (para o Amazonas)”, destacou.
Governador José Melo incluiu como itens prioritários das discussões com ecologistas e autoridades estrangeiras a proposta de desenvolver a piscicultura e a fruticultura em áreas degradadas. |
José Melo afirmou que a comunidade internacional entendeu que não dá para conter a degradação ambiental sem oferecer alternativa econômica à população. Essa defesa foi a tônica dos discursos do governador do Amazonas na sua participação na cúpula do clima. Complementando a extensa agenda ambiental, o governador incluiu como itens prioritários das discussões com ecologistas e autoridades estrangeiras a proposta de desenvolver a piscicultura e a fruticultura em áreas degradadas.
“Finalmente conseguimos passar para os atores um conceito diferenciado da nossa região. Até então só se falava em sequestro de carbono e nós levamos a proposta de valorização da prestação dos serviços ambientais e recursos para o mundo investir aqui em uma matriz econômica sustentável. O peixe, por exemplo, é uma dessas. A fruticultura, a exploração das nossas riquezas minerais, a exploração sustentável das nossas riquezas. O mundo entendeu assim tanto é que no final de fevereiro teremos aqui no Amazonas uma grande reunião envolvendo ecologistas, o mundo financeiro, para juntos construirmos essa nova matriz econômica sustentável olhando as riquezas da nossa floresta”, disse o governador.
Na COP 21, José Melo teve reuniões com autoridades da Alemanha, Noruega, Itália, Espanha e Estados Unidos. “Abrimos o leque de nossas ideias para o mundo. Tanto é que todos aquiesceram vir aqui nos ajudar a construir”, enfatizou.
No início do mês de dezembro, o governador José Melo sancionou a Lei de Serviços Ambientais que, entre outras coisas, cria o Fundo Estadual de Estadual de Mudanças Climáticas, Conservação e Serviços Ambientais com o potencial de captação de recursos da ordem de R$ 17 bilhões, nos próximos cinco anos, para investir em programas de proteção do meio ambiente e geração de renda para a população. Com a legislação, o Amazonas desponta entre os Estados brasileiros habilitados a receberem verbas internacionais dessa ordem.
FOTOS - VALDO LEÃO / SECOM
Nenhum comentário:
Postar um comentário