Amazonas | Brasil
O governador do Amazonas, Wilson Lima, entregou, na segunda-feira (11/02), 60 implementos agrícolas e 13,4 toneladas de sementes de milho destinadas aos produtores rurais do estado. Durante o evento, realizado na Secretaria de Produção Rural (Sepror), zona sul de Manaus, Wilson Lima afirmou que pretende diminuir as diferenças econômicas entre a capital e os municípios do interior.
Também foi assinado um contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), com o objetivo de incentivar a regularização e facilitar o acesso às linhas de crédito.
“Nenhuma economia se desenvolve sem que antes se passe pelas atividades do setor primário. Hoje há um desequilíbrio muito grande no que diz respeito à concentração de economia: aproximadamente 80% das atividades econômicas estão na capital e o restante no interior. Estamos falando de um estado que tem um potencial muito grande para o desenvolvimento, basta que haja o apoio do governo e um empenho para que a gente possa levar as condições necessárias para que quem está no interior possa produzir”, disse o governador.
Cadastro Ambiental Rural – O contrato com o BNDES tem duração de três anos e foi assinado pelo governador e pelo titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Eduardo Taveira. O investimento é de R$ 29.867.722,00, com recursos do Fundo Amazônia. Até 2022, 55.588 imóveis rurais devem ser cadastrados e 79.552 análises de cadastros devem ser feitas em 36 municípios do Amazonas.
“Isso é importante para o pequeno agricultor porque, a partir daí, ele vai agilizar as licenças e o acesso ao crédito, que é uma dificuldade grande que se enfrenta no interior. Viajei muito o interior, conheci muitas realidades, e cada região tem uma realidade diferente, mas tem algo em comum: a distância do Governo do Estado. Essa distância com o homem do campo vai acabar”, garantiu Wilson Lima.
Os municípios beneficiados serão Alvarães, Anamã, Anori, Apuí, Autazes, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Boca do Acre, Caapiranga, Canutama, Careiro, Careiro da Várzea, Coari, Codajás, Humaitá, Iranduba, Itacoatiara, Itapiranga, Lábrea, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Manicoré, Maués, Nhamundá, Novo Airão, Novo Aripuanã, Parintins, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Silves, São Sebastião do Uatumã, Tefé, Uarini, Urucará e Urucurituba.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, o cadastro é requerido como uma condição para o produtor com pequenos lotes. “Ajuda no monitoramento do uso da sua reserva legal como área produtiva. Isso tem um impacto ambiental, ajuda o estado a medir onde está acontecendo o desmatamento ilegal. E para o produtor, o CAR já é exigido para que ele tenha acesso, por exemplo, ao financiamento e ao crédito rural”, explicou Eduardo Taveira.
Implementos agrícolas - Foram entregues aos escritórios do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) 36 botes, 16 caminhões-baú e oito caminhões pick-ups, que serão empregados nos trabalhos desenvolvidos por produtores de diversas cadeias produtivas, como piscicultura, fruticultura e aquicultura.
“Esse material também vai ser fundamental nesse momento em que os rios começam a subir em algumas regiões que já estão começando a decretar estado de emergência. Essas lanchas vão estar à disposição das atividades do setor primário, mas também em casos de desastres ambientais, vão ser úteis nesse processo de ajuda humanitária para esses municípios”, disse o governador
É o caso de Careiro Castanho, beneficiado com um caminhão-baú e um bote. “Esse equipamento nos ajudará a, em parceria com a Defesa Civil, visitar as áreas de várzea que serão afetadas pela enchente, para realizar um levantamento da perda de produção dos agricultores, encaminhando o relatório ao Governo do Estado, para que sejam tomadas as medidas cabíveis para auxiliar os produtores rurais”, informou Phillipe Brandão, gerente do Idam de Careiro Castanho.
Os botes foram adquiridos por meio de convênio firmado entre Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Já os caminhões são fruto de convênio firmado entre a Sepror e o Mapa e as pick-ups foram adquiridas através de convênio entre o Idam e o Mapa. O valor total do investimento foi de R$ 4.666.100,00.
Sementes – A Sepror recebeu da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) 13,4 toneladas de semente de milho, que serão distribuídas pelo Idam no interior. “Aproximadamente mil famílias serão beneficiadas. É importante para que o pequeno produtor possa escoar a produção e ter um aproveitamento melhor do que é produzido no interior. É possível a gente fazer um esforço, investir corretamente os recursos para desenvolver as atividades do setor primário”, pontuou o governador.
O Governo do Amazonas já fez uma primeira entrega, este ano, de 5,2 toneladas de sementes para produtores do município de Humaitá (a 591 quilômetros de Manaus). Ao todo, com as 13,4 toneladas que chegam nesta segunda-feira, serão entregues neste início de ano 18,6 toneladas de sementes, movimentando R$ 410.520,00 na compra.
O Governo do Amazonas já fez uma primeira entrega, este ano, de 5,2 toneladas de sementes para produtores do município de Humaitá (a 591 quilômetros de Manaus) / Foto: Diego Peres/SECOM |
As 13,4 toneladas de sementes de milho, da variedade BRS 4104 (resistentes a vários tipos de fungos), são destinadas a 45 municípios, em benefício de 933 famílias de agricultores familiares. A ação é realizada por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal, na modalidade Compra de Sementes.
“A questão do milho no Estado do Amazonas tem uma interferência da Conab em dois polos. A primeira é com a execução do Programa de Vendas em balcão, nós vendemos o milho com valor subsidiado ao mercado. E a segunda é o que nós estamos fazendo hoje, a entrega de 13,4 toneladas de sementes de milho para os produtores”, disse Serafim Taveira, superintendente da Conab.
Expoagro – Wilson Lima anunciou, ainda, o retorno da Exposição Agropecuária do Amazonas (Expoagro), que há cinco anos não é realizada. “É uma forma de valorizar o trabalho que é feito pelo pequeno produtor, não só do ponto de vista da festa, mas da importância da feira para fomentar e divulgar nossas potencialidades. É a oportunidade que o pequeno agricultor tem de conhecer linhas de financiamento, saber como acessar e expor o que ele está fazendo, novas tecnologias. É um marco importante o resgate da Expoagro, que esse ano vai acontecer”, assegurou.
FOTOS: DIEGO PERES/SECOM
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