Esse problema não se resolve só com uma ação ostensiva. O combate à invasões e à grilagem de terra se dá com trabalho de inteligência / Foto: José Narbaes / Ipaam |
Amazonas | Brasil
Combater de forma mais eficaz a indústria de invasões e de grilagem de terras no estado é um dos principais objetivos da atual gestão do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Para isso, o Governo do Amazonas avalia criar um núcleo de inteligência, coordenado pelo instituto e composto pelos órgãos de segurança do estado, nos próximos meses.
A informação é do diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, que coordenou uma ação de monitoramento de invasão de terras, neste sábado (16/02), nas proximidades da Reserva Florestal Adolpho Ducke, em uma comunidade chamada de Itaporanga, na zona norte de Manaus.
Com a criação do núcleo de inteligência, as ações de combate a esses crimes serão mais eficientes. “Esse problema não se resolve só com uma ação ostensiva. O combate à invasões e à grilagem de terra se dá com trabalho de inteligência. Com os órgãos e todo aparato de inteligência necessário para isso, aliado à educação ambiental e ação ostensiva, temos certeza que esse trabalho será mais eficaz”, disse Juliano Valente.
Ainda segundo o diretor-presidente do Ipaam, a ação mais ostensiva não resolve o problema de grilagem e invasão. “Claro que essa ação é importante, mas não coíbe totalmente essa indústria. Queremos chegar até as verdadeiras lideranças que estão por trás de famílias que necessitam verdadeiramente de um local para morar”, disse Juliano Valente.
O titular do Ipaam informou também que o núcleo de inteligência terá à disposição drones para fazer o monitoramento em tempo real das terras invadidas, tanto em Manaus quanto no interior do estado. “Vamos usar todas as ferramentas tecnológicas para combater esse crime organizado no Amazonas. Como essa indústria é organizada iremos usar a inteligência para atingir o núcleo dela”, completou Juliano.
Para a delegada titular da Delegacia do Meio Ambiente, Carla Biaggi, é de grande relevância a criação desse núcleo de inteligência com os órgãos de segurança. “É de fundamental importância a integração dos órgãos ambientais com os órgãos da segurança pública para um trabalho eficaz no combate às invasões e aos crimes ambientais decorrentes dessa prática, que trazem grandes prejuízos à fauna e flora da nossa região, bem como a disseminação da poluição do ar, do solo e o assoreamento dos cursos d’água”.
Reserva – Equipes do Ipaam, da Delegacia de Meio Ambiente (Dema - Polícia Civil) e do Policiamento Ambiental (Polícia Militar) voltaram à comunidade chamada de Itaporanga, na zona norte de Manaus, onde no final de janeiro desarticularam uma invasão que já estava com 107 lotes divididos e prontos para venda.
Na ocasião, foram apreendidos terçados, facões e os primeiros barracos foram desmontados. “Hoje (sábado) voltamos e já encontramos novos barracos, por isso, se faz necessária uma ação mais eficaz para combater esse crime organizado. Através desse núcleo vamos atingir a base dessa indústria”, finalizou Juliano Valente.
Fotos: José Narbaes/Ipaam
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